Dança do Universo

Dança do Universo

sexta-feira, 7 de agosto de 2009


O OUTRO LADO

…a mão branca, longa e esguia pegou na minha e encontrei-me a caminhar por um caminho lindo, num vale levemente ondulado de um verde intenso, a perder de vista.
O sol era enorme ligeiramente avermelhado e alaranjado, e tocava no horizonte longínquo. Tudo era serenidade e paz!
Apesar de haver muita luz, o céu não estava claro.
O caminho era branco e plano e não tinha os altos e baixos do verde que me rodeava.
Sentia-me feliz como se nada mais existisse.
Fiquei maravilhada ao reparar que do lado esquerdo, estava a caminhar sobre pedras preciosas de várias cores e fora do caminho, também do lado esquerdo, apareceu um rubi enorme, vermelho escuro, não lapidado, do meu tamanho. Ao contrário do que faço sempre, não lhes toquei, as pedras é que me estavam a tocar….
Apareceu um pássaro que poisou no meu ombro esquerdo e várias borboletas esvoaçavam felizes na minha frente e a sintonia era tal que era como se eu fosse tudo o que os meus olhos podiam alcançar:
- As pedras, o sol, o vale, o verde, o rubi…reparei que pela 1ª vez, não existiam árvores… tudo brilhava!
O meu coração transbordava de amor e de alegria e os meus olhos encheram-se de lágrimas de felicidade…
Ao sentir esse calor, essa emoção, apareceu um ser que me abraçou amorosamente, e a seguir aparecerem mais, todos eles também vestidos com lindas túnicas brancas…e todos nos abraçava-mos….senti que também faziam parte do vale mas de início não os conseguia ver, estavam para além da minha visão…só ao sentir o Amor e a Alegria é que tive a percepção da sua existência….
Ao chegarmos à montanha, todo o grupo estava de branco e sentados à volta da mesa branca.
Reparei que o Rubi
também nos acompanhou pois estava do lado esquerdo, ao pé do Salgueiro-Chorão
e veio preencher este magnífico e maravilhoso espaço.
Quando estávamos à mesa, de mãos dadas, Ele apareceu novamente como por magia, cabelo louro, ligeiramente ondulado, olhos meigos e sorridentes, descalço, vestindo uma longa e túnica branca, na nossa frente, em cima da mesa.
Reparei em pormenor nos seus pés: - brancos, imaculados e muito limpos.
Tudo era harmonia e paz.
Não conseguia ouvir o que nos dizia mas sorria e tinha o braço direito levantado e o indicador apontava em direcção ao alto (como da penúltima vez).
Inesperadamente um de nós, “levantou voo” e levou os outros atrás pois estávamos de mãos dadas, ao regressarmos, pois o voo foi muito rápido, os nossos corpos formaram um coração todo branco que se ia desfazendo à medida que nos íamos sentando.
Tomei consciência da figura da Maria -Ana na minha frente. Deixei de ver os restantes e só lá estava ela, sentada, serena e calma, vestida de branco.
Sorria e estava rodeada de muita luz branca, não era dourada, era branca!
Reparei que tinha corsários e que eu estava de joelhos para lhe lavar os pés.
A bacia com a água estava no meio de nós…
Era um gesto natural, tranquilo, ausente de pensamentos e emoções….
Naquele momento a Maria -Ana olhava directamente nos meus olhos e era tudo muito real, muito nítido; a cara, as pernas, a roupa, a luz etc.…
Tudo à nossa volta estava associado ao branco pois ao lavarmo-nos se estivermos sujos, também ficamos limpos, brancos….
A imagem dos pés Dele em cima da mesa apareceu novamente… descalços, brancos e bonitos mas muito limpos…pareciam que nunca tinham pisado o chão…